domingo, 29 de junho de 2014

A Eterna Ausência.


Eu aguardei com lágrimas e o vento suavizando o meu instinto aberto no fumo do cigarro ou na alegria das aves o surgimento anônimo no grande cais da vida desse navio noturno que me trazia aquela com lábios evidentes e possuindo um perfil insubstituível, mulher com dedos religiosos e braços espirituais...


Aquela mulher-pirâmide com chamas pelo corpo e gritos silenciosos nas pupilas. Amante que não veio como a noite prometera numa suspensa nuvem acordar meu coração de carne e alguma cinza... Buscar.



Amante que ficou não sei aonde há castigar meus dias envolveis ou a afogar meu sexo na caveira deste coração de carnal desespero!... E de amor carnal na face que de surpresar acordei e não sei como fiquei.

Quero ver Se ainda sabes olhar-me como dantes, E se nas tuas mãos acariciantes, ainda existe o perfume de que eu gosto. O sexo que chama e silencia a amante. O vento continua a fustigar Os ramos sofredores do arvoredo, E eu ponho-me a pensar E tenho medo! 

Na sombra penetrante da, como se agita e se debate o vento!... Paira nas velhas ruínas do convento Que além se avista, A alma melancólica de um homem andante que a vida arremessou para àquela crista amante... 

De: Fátima Araujo.

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