segunda-feira, 23 de junho de 2014

Flor e fruto.


Pudesse eu ser manhã, dessas manhãs primaveras
Invadiria seu quarto, ainda coberto de sono
Pra tomar em minhas mãos o seu fruto em abandono
E levá-lo a meus lábios...Ai! meu Deus, como o quisera!

E meus lábios entreabertos, mordiscariam seu pomo
E a língua doce e morna, ao pincelar sua haste,
Convidaria sedenta pra habitar o meu domo
E nele deixar seu mel...Ai! meu Deus, que isso me baste!
Mas seu fruto, meu amor, já na minha boca cresce
Minha língua se contorce a sugar todo o volume
Minha flor, bem orvalhada, suplica que se apresse
Desce no canto da boca, um fio de sumo doce
No quarto sumo e orvalho exalam cio-perfume
Flor e fruto se encontram...Ai! meu Deus... verdade fosse...


De: Fátima Araujo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário